Bob Gruen: 5 décadas de Rock’n’Roll

terça-feira, 11 de julho de 2017

Já imaginou ter acesso ilimitado ao backstage de bandas como Led Zeppelin, Ramones, Rolling Stones ou Sex Pistols? Quem gosta de rock conhece Bob Gruen, mesmo sem saber. Algumas das imagens mais emblemáticas das suas bandas e artistas preferidos saíram das câmeras dele e foram parar em tatuagens de fãs, pôsters, camisetas e exposições ao redor do mundo.

Led Zeppelin e seu Boeing 720.

Nos anos 70, ele era o principal fotógrafo de revistas como Rock Scene e Creem, e foi nessa época que passou a embarcar em turnês de bandas que estavam estreando, como The Clash e Blondie, e de rockstars como Bowie e Tina Turner. Bob Gruen não era um outsider, ele fazia parte das bandas que fotografava; se enfiava em aviões, quartos de hotel, e acompanhava os artistas nos bares até o amanhecer, fazendo com que as pessoas se sentissem confortáveis em frente às suas lentes.

Stones no Madison Square Garden, em 1972.

Não gosto de expor ninguém. Eu sei que eu fiz o meu trabalho bem quando essas pessoas me pedem uma cópia para presentear as suas mães.

Bob Gruen

Kiss Orgy. New Jersey, 1974.

Além de clicar os rostos mais famosos da história do rock’n’roll, ao longo da sua carreira o fotógrafo se tornou amigo pessoal de alguns deles, como Yoko Ono e John Lennon, que davam liberdade para que ele registrasse momentos íntimos do casal, como as fotos do filho recém-nascido ou do dia a dia do trabalho dos dois. Uma das obras mais conhecidas dessa época é a imagem do ex-Beatle com a camisa de Nova York. Essa foi a última sessão de fotos de John antes do seu assassinato.

Eternizando John Lennon.

Ele tem um jeito sorrateiro de ficar por perto naturalmente e, de repente, sacar a câmera.

Iggy Pop

A performance de Debbie Harry.

Certa vez, a editora da Rock Scene mandou Bob à gravação do demo da banda Blondie. Ele quase não fez fotos no estúdio, mas, na saída, havia um carro capotado na rua. E foi quando Debbie Harry resolveu entrar no carro e fazer uma cena, como se ela própria estivesse saindo de um acidente. O clique acabou despertando a curiosidade dos principais jornais da época, mas não passou de uma brincadeira entre amigos.

Esquerda: Sid Vicious With Hot Dog. Direita: Bob Dylan, 1964. A primeira empreitada de Gruen.

Em 1999, a famosa imagem “Sid Vicious with Hot Dog” entrou para o acervo permanente da National Portrait Gallery, em Londres. Em 2012, fotos como “Clash Live in Boston”, “Tina Turner Multiple Image” e “Bloody Sid Vicious” também entraram para a coleção do Experience Music Project, em Seattle.

Esquerda: Tina Turner Multiple Image. Direita: Bloody Sid Vicious

Eu fui fisgado pela fotografia. Ela se tornou uma necessidade.

Bob Gruen

Ramones num passeio de metrô.

O contato com a fotografia começou antes mesmo do seu nascimento. Sua mãe fotografava e revelava e, por isso, aos 3 anos ele já participava de sessões na sala escura. Como sempre gostou de contar histórias, a fotografia foi a forma que encontrou para se expressar. Na juventude, Gruen registrava pequenos festivais de verão e passou parte da carreira como freelancer, vendendo as suas imagens para revistas de música por apenas 5 dólares. Hoje elas valem milhões e estão espalhadas pelo mundo inteiro. Uma prova de quando a gente faz o que gosta, o lucro sempre vem.

 

Clash Live in Boston.

Tags: Fotografia, Música, Referência

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