O Álbum: amor e fotografia
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
A fotografia analógica é a praia do casal Bruno Machado e Juliana Rocha. Há um ano, enquanto experimentavam as diferentes possibilidades desse processo criativo, resolveram lançar O Álbum, um projeto de fotos autorais, onde eles têm liberdade para experimentar todos os recursos de captação da imagem. Os acertos — e até mesmo os erros — são essenciais para os resultados, que surpreendem a cada revelação.
Fazer fotografias analógicas é abrir mão de todo o controle e deixar a experiência fluir.
Esquerda: autorretrato do outro. Direita: vida e morte
Os dois já eram fotógrafos digitais, mas descobriram essa paixão em comum trabalhando no RIOetc. Ele, com um laboratório caseiro, revelou um filme que já estava há um bom tempo guardado na gaveta da amiga do trabalho. Depois de ver o resultado, Juliana, que estava se dedicando ao projeto de fotografia digital “Copacabana Sentimental”, teve vontade de fazer tudo de novo, só que analógico.
O velho e o mar
Passaram a se encontrar toda semana para exercitar o olhar e, logo, a amizade se transformou em amor. Juntos, resolveram ocupar o mundo analógico para mostrar que não podiam deixar essa arte morrer.
O mar do Joá
“A gente tava meio fissurado por autorretratos. Queríamos fazer uma zine sobre o assunto. Juntamos uns amigos, fizemos muitas fotos, mas nunca produzimos a zine. Começamos a questionar essa fronteira de até onde vai a sua autoria. Se eu enquadrar, entregar toda a composição na sua mão, a foto é sua ou minha? O que determina o autorretrato?” Bruno Machado
Autorretrato do outro
Mesmo sem a zine, conseguiram um resultado que se transformou na série “Autorretrato do outro”.
As analógicas postadas em suas redes chamavam a atenção dos clientes, que pediam fotos parecidas em versões digitais. Ao mesmo tempo, o dinheiro que recebiam era quase todo gasto em filmes, revelações e ampliações. Unindo o útil ao agradável, começaram a produzir trabalhos analógicos para clientes.
Ensaio para a Nike Rio
Criaram um espaço onde pudessem divulgar os seus projetos, encontrar clientes e influenciar quem também curtia fotografia. Um ano se passou e eles já participaram de editoriais como os da Nike, NIN Magazine, Loja Três, Sacada e Ahlma.
Ensaio para a Sacada
Para trabalhar com clientes, tenho que seguir muitas regras. Eu preciso ter um projeto autoral em paralelo para não perder a minha essência criativa
Foto da exposição "Soror"
Um desses projetos paralelos é a exposição “Soror”, no Ateliê Oriente, que discute o papel da mulher na fotografia e fica aberta até o dia 26 de agosto. Quanto mais trabalhos autorais, mais eles fortalecem o discurso analógico. Esperam que, um dia, O Álbum só seja procurado para trabalhos desse tipo.
Para saber mais sobre os projetos dessa dupla, acesse http://oalbum.com/
Tags: Entrevista, Exposição, Fotografia, Referência
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