Os diretores preferidos dos salgados

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Cada diretor tem o seu jeito de contar uma história. Cada filme é resultado da interpretação de um roteiro e de um olhar único sobre o que está à sua volta. A escolha dos atores, dos cenários, das cores, das luzes e de muitos outros detalhes fazem parte de um trabalho minucioso e são essenciais para uma narrativa. Os diretores são os caras que equilibram todos esses recursos, criando um estilo próprio de fazer filmes. Aqui na casa, a gente tem algumas paixões em comum, e uma delas é o cinema. Foi (muito) difícil escolher, mas separamos alguns dos realizadores que estão sempre nas telas dos Salgados.

Claude Lelouch, Jean-Luc Godard, François Truffaut, Louis Malle e Roman Polanski no Festival de Cannes, 1968.

Wes Anderson

Escolha da nossa designer Maria Fontenelle.

Wes Anderson é mais conhecido por Royal Tenenbaums (2001), mas os filmes que eu mais gosto são Bottle Rocket (1996) e Rushmore (1998). Ele gosta de usar os mesmos atores, a sutileza do humor é consistente e a paleta de cores sempre encanta. Como designer, é impossível não considerá-lo um gênio pela sua direção de arte sempre impecável e fotografia marcada pela simetria. Se pararmos para analisar a tipografia dos cenários e objetos de cena, então…

Dicas de leitura: 

Tipografia (Futura) no Royal Tenenbaums

Tipografia no Grand Hotel Budapest

George Lucas

Escolha da nossa diretora de relacionamento, Koca Machado.

Com muita dificuldade em escolher um só, fiquei com George Lucas. Ele revolucionou a linguagem audiovisual em 1977 com o lançamento do Guerra nas Estrelas. A tecnologia sempre andou de mãos dadas com o cinema. Porém, Lucas deu um passo além, nos colocando na era digital e levando às telas imagens nunca antes imaginadas.

Guerra nas Estrelas IV

Nelson Pereira dos Santos

Escolhido pelo nosso editor Gabriel Abdalla.

Nelson Pereira dos Santos transgrediu a barreira estética do cinema nacional e abordou temas jamais pensados. Em Rio, 40 Graus (1955), foi audacioso ao inserir o pobre, preto e favelado como personagem principal de um longa-metragem. Isso causou diversas críticas na época, oriundas da parte elitista e racista da sociedade; a mesma que produzia filmes. Influenciado pelos moldes de produção e estética do neo-realismo italiano, o cineasta usou atores não profissionais e ambientes reais para as suas filmagens, iniciando, assim, o Cinema Novo no Brasil.

Para mim, Nelson Pereira dos Santos é um diretor fundamental para o cinema nacional e — por que não —mundial. Sua audácia fez nascer um novo cinema no Brasil, voltado para questões sociais, raciais e que dizem respeito ao povo brasileiro. Feito por brasileiros, e não uma mera cópia gringa. 

Viva Nelson, viva o cinema, viva o Brasil!

Nelson Pereira dos Santos nos bastidores.

Guy Ritchie

Escolhido pela nossa gerente de produção Renata Balthazar.

Guy Ritchie é muito versátil, mas os seus filmes têm uma estética inconfundível. Fez longas de ação e suspense, já dirigiu comerciais para grandes marcas, além de produzir e escrever. O Rei Arthur(2017) foi o seu último filme, e agora está gravando o remake de Aladdin… Mal posso esperar!

Spike Jonze

Escolhido pelo nosso diretor de Tv Rafael Mellin.

Surpreende na forma e conteúdo desde os primeiros filmes de skate.  Depois do Her (2013), para mim, se firmou como um dos realizadores mais interessantes da atualidade. 

Richard Linklater

Escolhido pela nossa designer Helena Tude.

Nos últimos anos, tenho tido um interesse especial pelo Richard Linklater. Conhecido pelos seus filmes independentes e de baixo orçamento, ele dirigiu obras como Boyhood (2014), Dazed and Confused (1993) e School of Rock (2003) . O que me encanta nas suas narrativas é a naturalidade e a simplicidade das cenas. Nada de roteiros super elaborados ou plot twists chocantes. O que faz os filmes de Linklater serem tão especiais é justamente a semelhança com a vida real. Seus filmes são de uma sensibilidade que emociona e, ao mesmo tempo, inspira. Me apaixonei por Boyhood, que foi filmado durante 12 anos, acompanhando o crescimento e amadurecimento do ator protagonista. Muitos podem achar que falta ação no filme, mas, para mim, foi o mais belo e fiel retrato da vida e do “desabrochar” do jovem. Com certeza, é um dos meus diretores preferidos.

Stanley Kubrick

Escolhido pela nossa redatora Juliana Rangel.

Foi amor à primeira vista. 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) foi o primeiro filme do Kubrick que assisti, e, desde então, ele se tornou um dos meus diretores preferidos, pelo conjunto da sua obra. Além do clássico Laranja Mecânica (1971), ele dirigiu filmes como Lolita (1962), O Iluminado (1980), Dr. Fantástico (1964) e Nascido para Matar (1987). Não importa o tema do longa, Kubrick faz tudo com perfeição. Da comédia ao terror, todas as suas produções foram inovadoras para a história do cinema e são verdadeiras obras-primas.



Dicas de leitura:

O cinema sensorial de Stanley Kubrick

Como Stanley Kubrick usou o acaso e o imprevisto em seus filmes

2001: Uma Odisséia no Espaço

Agnès Varda

Escolhido pela nossa Editora Juliane Westin 

Falar em “diretor(a) preferido(a)” é um tanto excludente pra mim. Tarefa difícil demais! Então, escolhi falar da Agnès Varda, cineasta belga com carreira construída na França. Com quase 90 anos de idade e meio século de carreira, ela é uma das pioneiras da Nouvelle Vague e segue prolífica e atual – seu último documentário foi exibido este ano em Cannes.

Varda brinca com a montagem com um misto de responsabilidade e diversão que faz com que assistir a seus filmes seja uma aula de cinema. Um cinema fresco de experimentação, ousadia, poesia, provocação, leveza e sagacidade, mas sem a prepotência elitista e tortuosa de muito cineastão por aí. É uma delícia de ver! Sua filmografia não se encerra na divisão estrita ficção-e-documentário; ela transita entre os gêneros com inteligência, adaptando-se ao que pede a narrativa com vivacidade e propósito, desatando as amarras de qualquer cartilha de “como fazer”.

Como montadora, posso afirmar que Varda é uma de minhas maiores influências. Meu grande xodó é o Salut les Cubains (1963). Para quem se interessar por ela, vale procurar o longa As Praias de Agnès (2008), uma espécie de autobiografia poética da cineasta. Agnès Varda me encanta sobretudo pela sensibilidade e pelo amor ao fazer cinema. Pelo respeito à montagem e pelo comprometimento com ela, pero sin perder la ternura jamás. 

Agnès Varda

Daren Aronofsky

Escolhido pelo nosso Diretor de filmes Juarez Ecosteguy

O cineasta americano é marcado por filmes existencialistas que parecem, para muitos espectadores, estranhos e perturbadores. Seus personagens são problemáticos, compulsivos e destrutivos. A forma como ele combina imagem e som como suporte narrativo é, para mim, sua maior qualidade.

Em seu primeiro filme, Pi, de 1998, ele já criou uma linguagem particular, também conhecida com hip-hop montage, que mistura planos em macro, cortes rápidos e sound effects. Em Réquiem para um Sonho (2000), seu segundo filme, a maneira como o ritmo crescente da troca de planos traduz a passagem do tempo e os hábitos e transformações dos quatro personagens é genial. Para entender: um filme tem em média de 600 a 900 cortes, e Réquiem tem aproximadamente 2000! Minha lista dos preferidos incluem A Fonte da Vida (2006), onde ele utilizou filmagens em macro para representar o cosmos, e o Cisne Negro (2010), com as cenas incríveis das alucinações da personagem principal. Mother! é o próximo lançamento, e ele já está trabalhando em um novo filme do Batman chamado Year One.

Tags: Arte, Filme, Making Of, Referência, Sal, Vídeo

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