Surf like a girl

quarta-feira, 8 de março de 2017

Elas estão quebrando tudo. Nas caídas diárias, nas viagens extremas e em ondas gigantes. No circuito feminino profissional, a audiência extrapolou o gênero e marmanjos de todas as idades assistem à mistura única de beleza, estilo e performance. Mas nem sempre foi assim. No surfe, como em outras áreas, as mulheres enfrentaram, e ainda enfrentam, preconceitos e obstáculos para conquistar o seu lugar no mar. Falta de apoio e patrocínios e premiações menores mostram que ainda há muito espaço para ser conquistado. Pensando nisso, decidimos contar um pouco da história de nove mulheres que romperam barreiras e mostraram ao mundo que elas surfam melhor que nós e que vocês.

A última princesa havaiana surfou para protestar contra a anexação de seu país pelos Estados Unidos. Foto: hawaiiforvisitors.com

1. Princess Ka’iulani

A última princesa havaiana conquistava a todos com sua inteligência e energia. Durante a integração do Havaí aos Estados Unidos, Ka’iulani lutou pela preservação da história e hábitos do seu povo. Quando os missionários americanos proibiram qualquer forma de manifestação cultural havaiana no arquipélago, a princesa pegou sua Alaia e foi surfar como uma forma de protesto. Em seguida, teve que esconder muito bem a sua prancha, que é a única remanescente da dinastia da família real do Havaí. Até hoje, sua garra e audácia são admiradas pelo povo havaiano.

Margot Rittscher e seu Jack Russel que a esperava durante suas sessions em Santos. Foto: surfguru.com.br

2. Margot Rittscher

Nascida em Nova Iorque, Margot Rittscher se mudou para Santos aos 15 anos de idade e foi uma das primeiras surfistas do Brasil. Tudo começou quando seu irmão Thomas construiu uma prancha de madeira. Apaixonada pelo mar, Margot se aventurou na Praia do Gonzaga ao lado dele e, pouco tempo depois, dominou a arte de “andar sobre as águas”. Margot surfou até os anos 60.

3. Margo Oberg

23 de novembro de 1969, Santa Cruz (Califórnia). Margo Oberg ganha o Smirnoff Pro-Am. Parece pouco, mas a vitória fez de Margo a primeira mulher surfista profissional do mundo. Ela começou a surfar aos 10 anos de idade, quando sua família se mudou para a Califórnia. Pouco tempo depois, aos 12 anos, estava competindo e ganhando competições masculinas. Margo foi a primeira campeã do circuito profissional feminino, em 1977.

4. Lisa Andersen

Talvez nenhuma outra surfista antes de Lisa tenha realmente mostrado ao mundo o poder do surfe feminino. Competindo contra homens e, algumas vezes, ganhando deles, Lisa mudou a cara do esporte para as mulheres. Antes dela, não existiam boardshorts, lycras ou wetsuits femininos e, graças ao seu admirável talento e à sua garra, um novo mercado foi criado. Lisa é a musa inspiradora da frase impressa na capa da revista americana Surfer: “Lisa surfs better than you.”

Sarah quebrando tudo nas temidas ondas de Mavericks. Foto: Frank Quirarte

5. Sarah Gerhardt

Se hoje temos mulheres como a Maya, encarando as maiores morras pelo mundo, isso se deve à Sarah Gerhardt. Além de ter sido a primeira mulher a praticar o tow-in, em 26 de fevereiro 1999, Sarah foi a primeira a surfar Mavericks. De lá pra cá, as mulheres ganharam cada vez mais respeito no surfe de ondas grandes

Layne foi campeã mundial 6 vezes consecutivas, feito inédito entre homens e mulheres. Foto: Pierre Tostee

6. Layne Beachley

Dona de 7 títulos mundiais e a única surfista da história – entre homens e mulheres – campeã por 6 vezes consecutivas (de 1998 a 2003), Layne Beachley não podia ficar de fora da lista. Se Sarah foi a pioneira no tow-in, Layne foi a que dominou a arte por completo, tornando-se uma das primeiras surfistas femininas de ondas gigantes.

Andrea abriu as portas para uma geração de meninas brasileiras. Foto: ricosurf.com.br

7. Andrea Lopes

Andrea foi a primeira brasileira a ingressar no circuito profissional, em 1991, aos 17 anos. Também foi a primeira a vencer uma etapa do WCT, no Rio, em 1999. Além disso, tem 4 títulos de campeã brasileira (1999, 2001, 2002 e 2006) debaixo do braço. Suas conquistas fizeram dela um ícone do surfe, inspirando meninas por todo o país.

8. Stephanie Gilmore

Se Layne foi a grande campeã dos anos 90, Stephanie Gilmore é o nome do novo milênio. A australiana começou a surfar aos 10 anos de idade e, entre os anos de 2007 e 2014, ganhou 6 títulos mundiais. Seu talento lhe rendeu, em 2010, o maior contrato na história do surfe feminino até o momento: 5 milhões de dólares por 5 anos de surfe. Mesmo sendo a mais velha do circuito feminino, Stephanie continua surpreendendo. Prova disso é a nota 10 que recebeu no primeiro evento da temporada, o QS de Newcastle. Será que vem mais um título em 2017?

9 – Bethany Hamilton

Nascida no Havaí, Bethany começou a competir aos 8 anos de idade, mas sua promissora carreira teve um desvio em 2003. Em uma manhã de surfe, enquanto descansava na água, Bethany sofreu o ataque de um tubarão-tigre, que arrancou seu braço esquerdo. Contrariando as expectativas, Bethany retornou ao surfe cerca de um mês após o incidente, mostrando para todos que a perda de um braço não era um obstáculo para ela, e hoje é uma das melhores surfistas do mundo.

Tags: Oceano, Referência, Surfe

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