Foram meses de pesquisas, viagens, conversas, risadas, filmagens, caídas e redescobertas para trazer todo o clima de uma época fundamental para a formação da cultura de praia no Brasil e que abriu caminhos e possibilidades para o surfe brasileiro.

Depois de reunir depoimentos e coletar o material de quem viveu a época, foi a hora de convidar uma turma com menos de 30 anos, para viver o melhor do surfe e das experiências reveladoras da década de 70. Foi assim que, de shorts curtos, sem cordinha e a bordo de Fuscas e Kombis, os surfistas John Magrath, Junior Faria, Peu Mello, Andrew Serrano e companhia percorreram a costa brasileira com monoquilhas, biquilhas, pranchões e madeirites vivendo novos momentos memoráveis em condições incríveis.

Uma das grandes diferenças da série “70 e Tal” para os documentários sobre os anos 1970 é justamente essa nova abordagem. Não é ficção porque são pessoas surfando de verdade, aliás, surfando muito. O que gera um certa estranhamento e fascina ao mesmo tempo são as semelhanças, as pranchas, as roupas, os carros. Mas a qualidade das imagens e as performances são muito diferentes. E nós demos muita sorte, pegamos dias clássicos em Ipanema, Saquarema, Guarujá e no Sul, parece que o astral da época ajudou mesmo.

O envolvimento foi tão grande que a série deu frutos e se transformou em um filme premiado em uma dúzia de festivais internacionais, passando pela França, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha e outros cantos. O projeto ainda se transformou em uma edição especial da revista Saladah, em projeções experimentais e se materializou em uma festa de lançamento inesquecível na casa Salgada.